segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


Que outros falem o que calei  ( RICARDO ROSSI )



Que outros falem o que calei...
Já não me importa horizontes,
levo comigo este corpo com que nasci,
dou lhe cuidados ( AS VEZES ),
e tudo diante de mim é o cenário do teatro da minha existência,
existir as vezes me cansa ... porque carrego comigo este  corpo e ele me pesa na alma.
ser eu  é adivinhar meus pensamentos, desconheço meus pensamentos,
minha opinião muda a cada instante... não tenho opinião sobre nada.
Existir  é uma arte que não domino, estou presente pela circunstância dos encontros,
as conjunções físicas de muitos encontros  me fizeram presente,
não me coube a escolha!
Assim seguirei,  sem ter controle nem mapa ou bússola do meu destino.
E o horizonte diante dos meus olhos? O que me importa o horizonte!
O herói é herói e o covarde é covarde apenas pelo acaso,
o momento propicia o heroísmo ou a covardia em uma mesma proporção.
O ímpeto nos impele a fazer o que fazemos... não pensamos, apenas agimos pela circunstância,
quando pensamos nos prendemos ao discurso ( pessoal ou publico ) nos perdemos no discurso.
as palavras nos levam a gloria ou a desgraça,

que outros falem o que calei !



S. C. do Sul  20/02/2012      10:50h



Ricardo Rossi

sábado, 18 de fevereiro de 2012


VELHOS AMIGOS  ( RICARDO ROSSI )

As pessoas não amam a Deus, elas temem a Deus...
É isto um grande drama ! Amar é terno quente e intimo.
Deus não se apresentou a mim, ele é o desconhecido e imaginário
a quem devo temer para ter lugar no paraíso eterno.
Mas é patético o eterno e sem razão, o paraíso é chato feito de coisas perfeitas,
o imperfeito lá não existe, e tudo é perfeitamente triste e sem razão.
A eternidade é o castigo a quem teme a Deus.
Prefiro amar a Deus como amo a um velho amigo,
e meu velho amigo é imperfeito, ele fuma as vezes bebe e fica a olhar as bundas das mulheres,
e diz palavrões e diz ternuras e se desconhece porque nele o novo e inesperado acontecem.
Amo o sol quando faz sol e a chuva quando chove e lava a terra e da um cheiro bom as coisas,
amo as noites e as estrelas e as pessoas que caminham pela noite a procura de nada.
Não desejo mal a ninguém, não quero magoar, ofender, ser superior ou altivo.
Sou igual aos meus semelhantes e as pedras.
Desejo que meus semelhantes e as pedras não queiram me magoar.

Às vezes caminho pelas ruas da minha cidade ou de onde eu esteja na esperança de encontrar Deus;  e que ele se aproxime de mim e me diga... Sou Deus e vim te fazer companhia, porque sou Deus e às vezes sou triste de ser Deus e soberano sobre todas as coisas, é chato cuidar de todas as coisas, me escravizo a elas para manter minha divindade, é triste ser divino e totalmente correto e julgar a tudo e dar sentenças...  E eu desconheço o meu inicio e não terei fim, porque a eternidade está comigo e serei eternamente Deus.

E Deus caminha comigo... por um instante mágico ele se torna imperfeito e íntimo e quente e neste instante de magia nos amamos feito velhos amigos.
Não importa o que falemos, ou ficaremos em silêncio a caminhar pelas ruas e ver as pessoas que caminham pelas ruas, e todas as coisas e todos os seres livres da proteção divina e escravizadora, porque Deus agora é humano e está comigo.



S.C. do Sul  18/02/2012    09:58h



Ricardo Rossi

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Silêncio ( RICARDO ROSSI )

Afinal me deixo no silêncio.
O silêncio me diz tudo que preciso ouvir,
são puras as sabedorias que o silêncio me dá,
nada me diz porque não ha nada a dizer.


As pessoas tecem seus discursos,
as pessoas se perdem em seus discursos,
as pessoas não praticam seus discursos,
e seus discursos morrem no abismo que existe entre ele e a atitude.


Eu  exprimo o meu discursos patético,
vejo ele seguir rumo ao abismo,
se lança ao abismo e cai no vazio.
Meu silêncio tem mais verdades!

S.C. do Sul   01/02/2012    14:57h

Ricardo Rossi