segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ESTÁTUA ( Ricardo Rossi )

Vens em mim agora como sempre...
exististes em mim como eterna!
Porque não existes... te criei em meus sonhos,
não ouço o som de tua fala porque me fiz surdo.
E teus gestos não vejo porque me fiz cego.
Perdi o nome que te emoldurava... minha voz se fez muda.
Petrifiquei-me... e no íntimo... meu coração chora.
Não te procuro, porque rasguei meus mapas,
quebrei minha bússola... não sei o norte!
Em meus dias coleto as lembranças (belas e tristes),
recolho-as como quem colhe o que da terra nasce.
Em minhas noites vens aos meus sonhos,
nada me dizes porque sou surdo de tua voz.
Teu silêncio me acompanha, no sonho da noite... na luz do dia.
E já não digo em sussurro íntimo o teu nome... estou mudo.
E te vejo como flor (em fotografia)... colhida por outras mãos.
Mas te eternizei, e te deixarei para sempre diante de meu sentir...
agora és uma estátua!

S.Caetano do Sul 22/08/2011 09:52 h


Ricardo Rossi

Um comentário:

  1. Estátua fria eternizada num coração surdo, mudo e sem rumo,mas ainda....quente.

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