sábado, 31 de julho de 2010

MEDITAÇÃO

I
Nada mais me aguarda...
Não há versos nem sonhos,
nem temores temporais.
A angústia será eterna?
Meu castigo é meu verso?
Além do meu corpo,
minh’alma me segue...
nesta luta que se lança ao eterno.
Nada mais...me aguarda,
além do meu olhar perdido!!!

II
Mas o tempo passa sempre...
indiferente ao sentido e ao silêncio.
Não vale a pena dormir,
não vale a pena sofrer,
nem ferir, nem chorar...
nem ter mágoas ou amores tempestivos.
Uma criança chora em um jardim!
Um homem enfileira tijolos!
Uma flor se despetala ao vento!
Uma velha mulher reza o terço!
E o tempo...passa indiferente!!!

III
Mais longe que o infinito,
ainda sinto um silêncio e um grito.
Plantei neste jardim de sonhos
um ramo de esperança,
um canteiro de amores,
uma penca de desejos
e os guardei no meu silêncio.
O meu silêncio é mais triste
e minha tristeza...é mais solene!!!

IV
Nesta noite te desejo!
e ainda é longe o tempo...
Um tempo que se esconde,
em um jardim que não conheço,
em um jardim que não tem flores.
Um jardim vazio qual deserto
onde deixei esquecido,
meu tempo ...e meu verso!!!

Registro
05/07/05 – 22h:35
Ricardo Rossi

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