quarta-feira, 28 de julho de 2010

Pelas ruas molhadas

Pelas ruas molhadas caminhei na noite branca.
nas águas das ruas deixei minhas cicatrizes.
E os rebeldes anjos não mamaram a Via Láctea,
se perderam a contemplar bundas femininas.
E os sinos mudos gritaram aleluias para o Deus solitário.
O mar vazou inclemente deixando em um deserto de mar ausente,
todos os peixes esquecidos.
E as águas das ruas inúteis lavaram minhas cicatrizes.
Padres e velhas mulheres de mantos escuros seguiram na romaria,
Flores chorosas da madrugada molharam as ruas frias.
E não veio o verbo!
O tempo se perdia,
Se perdeu os temores,
E as horas que eu queria.
Se perdeu o relógio que ao seu tempo a tudo assistia.
A chuva foi gentil lavando meu olhar molhado.
A rua era lenta e em mil passos apressados encontrei meu destino.
Mas onde meu coração ficou?
Perdido na escuridão?
Atrás de uma porta, pregado?
Na busca de um sonho vão?
Ou pelo mundo desesperado?
E o que já importa a dor?
Se de tanto doer,
já se tornou em meu peito cativa!

Cajati
09/07/06 – 22:40h
Ricardo Rossi

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