domingo, 8 de agosto de 2010

LIBERTO NO INFINITO ( Ricardo Rossi )

Quando eu estiver velho,
absolutamente velho ( se é que velho eu fique ),
Com meu olhar velho,
e minha alma ressequida.

Desejarei de um piano uma doce melodia.
Um pouco de sol no dia, e uma estrela que eu veja na noite.
Meu coração pedra , velha pedra não terá saudades,
lembrarei confuso de nomes e dias,
que sobreporei um ao outro como faço nos sonhos ( de agora ).
Mas estarei acordado, em pensamentos
embolados de fraguimentos esquecidos,
vagando na memória perdida, do tempo que foi minha historia.

Quando eu for velho, muito velho,
velho de amor rançoso e olhar bolorento,
velho muito velho, de não amar mais o vento,
e não mais entender as flores e esquecer os amores.

Meu corpo quero estendido em lençol branco,
sem desejo nem mais sonhos neste plano.
Meu olhar em sonho eterno, sem apego ao que aqui fica.
Quero ir-me sonhar ... liberto no infinito!

S.C.Sul 08/08/2010 09:34h

Ricardo Rossi

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