terça-feira, 3 de agosto de 2010

NOITE DE PEDRA ( Ricardo Rossi )

I
e agora...a hora passa
o tempo passa...
e meu coração retém,
restos de lembranças
Navegam no mar da minha saudade,
flutuam entre luzes e sombras.
Fico estático ante os sentidos,
e agora...meu coração aperta
e meus olhos já nada pedem,
agora...partiste levando minha alma,
agora...o tempo já não importa.
Já não importa a dor
a dor já não mais existe,
tudo cristalizou em meu ser.
Tornei-me pedra,
cristal feito de saudades.



II
E agora que esta hora
estática é minha companhia,
Fico aqui ante a vida
na espreita da morte
que me chega mais em cada hora,
e não temo o tempo que em mim se finda,
o tempo é minha essencial matéria,
o amor é meu essencial sentido,
e a vida é o meu essencial desejo.




III
E agora já não tenho temores.
Vejo a praia quase deserta
e meus olhos já não trazem desejos,
a noite cai...suave como uma mão materna,
embala em seu murmúrio a minha vida repleta.
Busco longe a primeira estrela.
E ela não veio...
e não vieram estrelas nesta noite.
Fico aqui ao sabor do vento.
Fico aqui ao sabor da vida.
E não virão estrelas nesta noite,
nem anjos a me consolar,
porque tornei-me cego-surdo,
e nada toca meus sentidos.
Fico aqui estático cristalizado
nesta noite de pedra !


Santos
23/04/2006 – 17h:57 min
Ricardo Rossi

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