domingo, 1 de agosto de 2010

VIAGEM NO SILÊNCIO

Esta noite viajei no silêncio.
Roncos motorizados cortaram a escuridão.
E a noite foi lenta, caminhou em passos cansados.
Rangidos da alma cortaram meu coração.
E minha alma se entregou ao eterno,
ao eternamente omitido...
ao eternamente calado...
ao tudo que não foi dito pela eternidade.
O tempo cura dos corpos todas as feridas,
e na alma uma dor eterna fica.
E minha cama é inútil.
E minhas horas é o desespero da minha inutilidade.
Partiu-se meu coração como um jarro,
vazio, oco...e a dor não doeu.
Ficou a bailar no escuro,
dançarina vestida de negro, no escuro, um fantasma.
E minha dor não doe mais nos meus sonhos.
E meus sonhos já não estampam minha perplexidade.
A noite se foi em seus passos lentos,
estrelas apagaram-se.
Meus olhos miraram o dia
e meu peito não sentiu nada.

São Vicente
15/01;06 – 11:20h
Ricardo Rossi

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